Osteonecrose mandibular associada ao uso de bifosfonatos em paciente idoso: relato de caso 2 de 2
corpo mandibular esquerdo indica redução da densidade óssea, manifestação comum em
casos de osteonecrose. A osteonecrose resulta do comprometimento do suprimento san-
guíneo ao osso afetado, levando a alterações isquêmicas e subsequente necrose. No con-
texto do uso de bifosfonatos, como neste caso o alendronato de sódio, o risco de desen-
volver osteonecrose da mandíbula é aumentado. Os bisfosfonatos podem interferir no pro-
cesso normal de remodelação óssea, contribuindo potencialmente para o comprometi-
mento da vascularização e atraso na cicatrização óssea [1].
A estrutura hiperdensa dentro da área hipodensa acrescenta uma camada de comple-
xidade à interpretação. A presença de foco hiperdenso semelhante à densidade óssea é
preocupante, sugerindo a possível presença de sequestro. Um sequestro representa um seg-
mento de osso necrótico isolado do tecido viável circundante. A identificação de um se-
questro tem implicações significativas no prognóstico do paciente, pois pode contribuir
para inflamação prolongada e retardo na cicatrização. A história médica do paciente, es-
pecialmente o uso de medicamentos antiarrítmicos em conjunto com bifosfonatos, des-
taca a importância de uma abordagem multidisciplinar. Os medicamentos antiarrítmicos
podem influenciar as considerações cirúrgicas e o manejo pós-operatório, exigindo cola-
boração entre cirurgiões bucomaxilofaciais, cardiologistas e outros especialistas relevantes
para otimizar o atendimento ao paciente [2].
A decisão de recomendar o desbridamento cirúrgico da região osteonecrótica em am-
biente de centro cirúrgico baseia-se no entendimento de que a remoção de tecido necró-
tico e potencial sequestro é crucial para promover um ambiente mais saudável e propício
à cura. Esta intervenção cirúrgica visa não só abordar as preocupações imediatas associadas
à osteonecrose, mas também mitigar o risco de complicações adicionais, como infecções
secundárias ou progressão da necrose para áreas adjacentes. Em conclusão, a imagem to-
mográfica clínica fornece informações valiosas sobre a complexa interação de fatores que
influenciam a saúde bucal do paciente [3].
A área hipodensa, sugestiva de osteonecrose, juntamente com a presença de uma
estrutura hiperdensa semelhante a um sequestro, orientam o processo de tomada de deci-
são. A abordagem abrangente, considerando a idade do paciente, o histórico de medicação
e características específicas de imagem, garante um curso de ação personalizado e infor-
mado. Este caso exemplifica a natureza complexa da odontologia cirúrgica, onde uma
compreensão diferenciada dos aspectos clínicos e radiográficos é crucial para o sucesso do
tratamento do paciente.
Financiamento: Nenhum.
Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa: Afirmamos que o participante consentiu
com a pesquisa ao endossar um documento de consentimento claro, e a investigação ade-
riu aos padrões éticos delineados na Declaração de Helsinque.
Agradecimentos: Nenhum.
Conflitos de Interesse: Nenhum.
Materiais Suplementares: Nenhum.
Referências
1. Kün-Darbois JD, Fauvel F. Medication-related osteonecrosis and osteoradionecrosis of the jaws: Update
and current management. Morphologie. 2021 Jun;105(349):170-187.PMID: 33281055.
2. Ogura I, Minami Y, Ono J, Kanri Y, Okada Y, Igarashi K, Haga-Tsujimura M, Nakahara K, Kobayashi E.
CBCT imaging and histopathological characteristics of osteoradionecrosis and medication-related oste-
onecrosis of the jaw. Imaging Sci Dent. 2021 Mar;51(1):73-80. PMID: 33828964.
3. Akashi M, Wanifuchi S, Iwata E, Takeda D, Kusumoto J, Furudoi S, Komori T. Differences between
osteoradionecrosis and medication-related osteonecrosis of the jaw. Oral Maxillofac Surg. 2018
Mar;22(1):59-63. PMID: 29224060.