ABUSO FÍSICO INFANTIL E MANIFESTAÇÕES BUCAIS COMO SINAIS DE ALERTA : UMA REVISÃO DE LITERATURA
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Resumo
Introdução: O abuso físico infantil configura um importante problema de saúde pública, sendo comum o acometimento de estruturas da cabeça, face e cavidade bucal. Odontopediatras desempenham papel crucial na identificação de sinais como lacerações, fraturas, deslocamentos dentários, marcas de mordida e queimaduras. A combinação entre exame clínico e anamnese detalhada contribui para o reconhecimento de suspeitas e para o cumprimento do dever ético-legal de proteção à criança.
Objetivo: Avaliar as principais manifestações bucais indicativas de abuso infantil e destacar o papel do cirurgião-dentista na identificação desses casos.
Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura nas bases PubMed, SciELO e LILACS, utilizando os descritores oral injuries, dentistry e child abuse, combinados por AND e OR. Incluíram-se artigos publicados entre 2017 e 2025, em inglês. Foram identificados 52 estudos, excluindo-se revisões de literatura. Ao final, 6 artigos atenderam aos critérios de inclusão.
Resultados: Os estudos analisados aplicaram questionários a cirurgiões-dentistas para avaliar o conhecimento sobre manifestações bucais associadas ao abuso infantil. Muitos profissionais relataram atender crianças com sinais sugestivos, porém demonstraram dificuldade em diferenciar lesões decorrentes de maus-tratos daquelas compatíveis com acidentes próprios da idade e das atividades infantis. Essa lacuna contribuiu para falhas na identificação e ausência de notificação.
Considerações finais: O abuso infantil frequentemente manifesta-se na região orofacial, tornando o cirurgião-dentista peça fundamental na detecção precoce. A dificuldade em distinguir lesões acidentais de lesões intencionais favorece a subnotificação, evidenciando a necessidade de maior capacitação e sensibilização profissional para garantir proteção efetiva às crianças.